Sem reajuste do salário
Bolsonaro: sem reposição das perdas de aposentadorias, salário mínimo etc.
Se o projeto de Paulo Guedes e Bolsonaro avançar, nem mesmo a reposição da renda do trabalhador está garantida para os próximos anos, caso o governo Bolsonaro seja reeleito. Tudo estava sendo tramado em sigilo até que a Folha de S.Paulo descobriu
Tudo estava sendo tramado em sigilo até que a Folha de S. Paulo teve acesso, nesta quinta-feira (20/10), a documentos do Ministério da Economia prevendo acabar, a partir de 2023, com a reposição anual das perdas inflacionárias das aposentadorias, pensões, BPC e do salário mínimo. Segundo o jornal, que teve acesso a trechos do documento, caso o ex-capitão seja reeleito, o ministro Paulo Guedes, titular da pasta, pretende desvincular o salário e os benefícios previdenciários do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), principal índice que mede a inflação no país.
A intenção, segundo a Folha, é apresentar a proposta ao Congresso no dia seguinte ao resultado das urnas. Se a ideia avançar, nem mesmo a reposição da renda do trabalhador está garantida para os próximos anos, caso a gestão bolsonarista continue.
Até aqui, por evitar a perda de votos, Bolsonaro suspendeu ataques mais frontais à população. Pelo contrário, pousa de bom-moço abrindo o cofre gastando bilhões com o pagamento do auxílio Brasil, empréstimos consignados, quitação de dívidas, adiantando o pagamento de pensões e aposentadorias. Mas se prepara para retomar aos ataques após as eleições, querendo vencer o pleito através da compra de votos com dinheiro público.
Por debaixo dos panos
Segundo a revista Carta Capital o plano é um novo revés para a renda do trabalhador brasileiro, já reduzida com Bolsonaro. Antes da chegada do ex-capitão ao Planalto, o salário era corrigido não apenas pela inflação, mas também era previsto um aumento real com base no crescimento do PIB brasileiro.
Nos quatro anos de governo Bolsonaro, porém, todos os orçamentos indicaram apenas a reposição prevista na Constituição sem qualquer aumento.
“É importante ressaltar que o atual governo já é o detentor do mandato com o menor poder de compra para o trabalhador. Os índices de inflação no atual governo também seguem bem acima da expectativa e da meta definidas pela gestão. Durante o mandato, o acumulado do INPC chegou a patamares piores do que os registrados na década de 1990”, avalia matéria da Carta Capital.
A iniciativa atual, no entanto, pode ter adesão facilitada porque, segundo o documento, seria uma forma de garantir dinheiro fora do teto para Bolsonaro pagar promessas de campanha que ainda não têm recursos para saírem do papel. É o caso do Auxílio Brasil de 600 reais, que tem previsão apenas até dezembro e não consta no Orçamento de 2023 enviado ao Congresso. O mesmo acontece com o 13º para mulheres que recebem o benefício anunciado por Bolsonaro, mas sem qualquer previsão de recurso até aqui.
Escrito por: Olyntho Contente
Fonte Imprensa SeebRio com edição da Comunicação do SEEB de Santos e Região
Postado por Gustavo Mesquita em Notícias