O Itaú, campeão absoluto de demissões, de lucros e de remuneração milionária aos altos executivos, é também o banco que liderou no primeiro semestre de 2013 as reclamações de consumidores do setor financeiro na Fundação Procon. A relação das 30 primeiras empresas foi divulgada pela entidade na quinta-feira, dia 25.
As instituições financeiras (bancos, cartões de crédito e financeiras) foram responsáveis por 34.971 queixas ou 28% das reclamações. O número só é inferior ao setor de telecomunicações (telefonia fixa e móvel, internet e TV por assinatura), que concentraram 39.520 queixas ou 31% do total.
A relação das três primeiras empresas inclui dois bancos: em segundo lugar, o Itaú, e em terceiro, o Bradesco. O grupo Vivo (fixo, TV e internet) liderou o levantamento feito pela entidade.
Campeão de demissões
O Itaú foi o banco que mais demitiu no Brasil em 2012. Além da rotatividade, a instituição privada fechou 7.935 postos de trabalho, uma redução de 8,08% de seu quadro funcional.
Desde março de 2011 até dezembro do ano passado, o banco eliminou 13.699 empregos. E no primeiro trimestre de 2013, cortou mais 708 vagas.
Campeão de lucros
Enquanto reduz custos com folha de pagamento e piora o atendimento aos clientes, o lucro líquido recorrente do Itaú foi recorde no ano passado e atingiu R$ 14,043 bilhões.
Campeão em remuneração dos altos executivos
Como se não bastasse, o Itaú foi também campeão em remuneração milionária dos altos executivos, superando o Santander e o Bradesco, que também pagam milhões de reais por ano para o alto escalão.
Segundo levantamento do Dieese, com base em dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada diretor do Itaú ganhou, em média, R$ 9,05 milhões em 2012, mais do que o do Santander, que recebeu R$ 5,63 milhões e o do Bradesco, que embolsou R$ 5,01 bilhões. Enquanto isso, o bancário do piso salarial recebeu apenas R$ 38,64 mil no ano passado. Pode?
Isso significa que um diretor do Itaú ganhou, em média, 234,27 vezes mais que um funcionário recebe com o piso. No Santander, o executivo ganhou 145,67 vezes o piso.
Trata-se de um modelo perverso, que escancara a falta de distribuição de renda no setor financeiro. O Brasil é o 12º país com a maior concentração de renda do mundo.