Comissão Nacional da Verdade

CNV confirma violações de direitos humanos durante ditadura militar

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no WhatsApp
  • Compartilhar no Telegram
  • Compartilhar no Twitter
CNV confirma violações de direitos humanos durante ditadura militar

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari (foto), disse que uma das conclusões mais importantes do relatório final é a confirmação da maneira como as graves violações aos direitos humanos durante o período da ditadura militar foram praticadas.

"Eu adianto, de maneira geral, que a conclusão mais importante é a comprovação não só de que houve realmente um quadro muito grave de violação dos direitos humanos mas, mais do que isso, que essas violações foram praticadas de maneira sistemática, planejada, organizadas pelas Forças Armadas por meio de cadeias de comando encimadas pela Presidência da República", afirmou, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

O documento, que foi entregue na manhã desta quarta-fera (10) à Presidência da República, faz um relato das atividades desenvolvidas pela comissão durante os dois anos e sete meses de investigações, além de fatos apurados, conclusões e recomendações. Segundo Dallari, o relatório é uma exigência da lei que criou a CNV, a 12.528/2011. A data fixada para que a comissão entregasse os trabalhos seria o próximo dia 16.

"Antecipamos em alguns dias para atender a data de 10 de dezembro, que é simbolicamente muito importante porque se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos", explicou.

Segundo o coordenador, o relatório trata dos casos de mortos e desaparecidos políticos que foram estudados minuciosamente pela comissão. "É com base nesses casos que há então a indicação de autoria, ou seja, daqueles que são os autores. O cuidado que vamos ter é sempre de estabelecer a conexão entre autoria e vítimas".

Com relação à participação e colaboração das Forças Armadas nas investigações, Dallari ressaltou que, apesar de uma boa relação e a colaboração com informações, alguns documentos não puderam ser avaliados. "Não fomos atendidos principalmente pela alegação das Forças Armadas de que muitos documentos teriam sido destruídos e isso fez com que eles não entregassem documentos, por exemplo, do Centro de Informações do Exército (CIE), órgão que teve papel muito relevante para as graves violações de direitos humanos".

Com relação às recomendações presentes no relatório, o coordenador disse que elas seguirão os pontos abordados nas conclusões do trabalho. Entre elas está a de responsabilização dos autores identificados. "Nós não temos o poder de processar e julgar, então recomendamos que quem tenha o poder de processar e julgar, o faça". 

Ele acrescentou que medidas para que essas violações não continuem a ser praticadas também estarão na listagem. "Embora não se torture mais por razões políticas no Brasil, a tortura em instituições policiais ainda é muito grande e, portanto, temos que adotar medidas que coíbam essa prática. Será nessa linha que irão as recomendações".

No próximo dia 16, a comissão terá seus trabalhos encerrados e será extinta. Para Dallari, o legado será a riqueza de informações que podem servir de base para que as investigações continuem. "A partir daí, caberá ao Congresso Nacional, à Presidência da República, ao Poder judiciário, ao Ministério Público, à sociedade de maneira geral, por meio das universidades, das suas entidades organizadas, dar sequência a essa apuração para extrair resultados".

Baixe o relatório final da Comissão Nacional da Verdade

Fonte Agência Brasil
Postado por Fabiano Couto em Notícias

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no WhatsApp
  • Compartilhar no Telegram
  • Compartilhar no Twitter
[Voltar ao topo]
X

Fale Conosco:

Você pode contar sempre, com o Sindicato, para isso estamos deixando, mais um canal de comunicação, com você. Envie informações, denúncias, ou algo que julgar necessário, para a Luta dos Bancários. Ou ligue para: (13) 3202 1670

Atenção: Todas as denúncias feitas ao sindicato são mantidas em sigilo. Dos campos abaixo o único que é obrigatório é o email para que possamos entrar em contato com você. Caso, não queira colocar o seu email pessoal, você pode colocar um email fictício.

Aguarde, enviando contato!