A atual direção da Caixa Econômica Federal tem como hábito de “gestão”, a exemplo do governo Bolsonaro, utilizar discursos demagógicos para mascarar as atrocidades que comete. A empresa diz colocar “as pessoas em primeiro lugar”, mas extinguiu a Vice-Presidência de Pessoas, entre diversos outros exemplos que mostram a contradição entre o discurso e a prática.

O ataque aos empregados mais recente foi a implementação simultânea da cobrança de resultados de cross sell e do PQV, o Programa de Qualidade de Vendas, que penaliza funcionários pela realização de vendas casadas. Na prática, a própria empresa atribui meta de venda casada sob o codinome cross sell, mas se o cliente reclamar o banco penaliza o bancário que fez a venda com ‘apontamento de conduta’, que pode gerar dispensa do cargo comissionado, perda do direito à incorporação automática e tudo isso a partir de apenas 60 dias e sem direito a defesa.

Sem direito à contestação

Outra incoerência da empresa é orientar os empregados a realizarem a venda através de confirmação do cliente com link recebido por SMS para garantir a “lisura na negociação” e, posteriormente, sob o argumento de que “o testemunho do cliente é soberano”, a Caixa penaliza o empregado que realizar uma venda e o cliente reclamar, sem aceitar qualquer defesa do bancário.

Os gestores vêm sendo pressionados pela matriz da empresa para lançarem o apontamento de conduta sem possibilidade de contestarem a ordem. A perseguição ignora que a fonte do problema são as orientações da própria direção do banco e não o trabalhador. A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos solicita que os empregados denunciem essas práticas abusivas.