A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) desmentiu a fala do presidente Jair Bolsonaro, que relacionou as vacinas contra Covid-19 ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), e repudiou "toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente ".

Em sua ao vivo semanalmente na última quinta-feira (21), Bolsonaro leu uma suposta notícia de que relatórios oficiais do governo do Reino Unido, as pessoas completamente imunizadas estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida "muito mais rápido que o previsto". A afirmação do presidente ocorreu um dia após a leitura do relatório final da CPI da Covid, que pediu seu indiciamento por nove crimes em função de sua conduta durante uma pandemia.

Em nota, o Comitê de HIV / aids da SBI disse que "não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida". Esclareceu ainda que pessoas que vivem com HIV / aids devem ser completamente vacinadas contra um Covid-19.

"Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (dose terceira) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias", diz o texto, endossado pela Associação Médica Brasileira (AMB). "Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente", completa.

Ao vivo, Bolsonaro afirma que realiza uma notícia grave enquanto pega uma espécie de jornal. Ele diz que não fará comentários a respeito, mas cita que já falou do assunto no passado.

- Relatórios oficiais do governo do Reino Unido evoluem que os totalmente vacinados - aqueles com 15 dias após a segunda dose - estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) muito mais rápido que o previsto. Recomendo que leiam a matéria. Não vou ler aqui porque posso ter problemas - disse o presidente.

Após a fala, políticos e especialistas reagiram nas redes sociais e destacaram que a informação era mentirosa. No relatório final, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) incluiu a divulgação de notícias falsas e desinformação sobre uma pandemia no país entre os fatores responsáveis pelos óbitos decorrentes da Covid-19.

Facebook retira live fake de Bolsonaro

O Facebook retirou do ar, domingo (24) a live fake news de Bolsonaro. A informação veio de uma fonte inglesa conhecida por propagar notícias mentirosas, como foi apurado pela Globo News.