O banco espanhol Santander, líder da Eurozona em valor de mercado, deverá provisionar 2,7 bilhões de euros adicionais este ano após o governo da Espanha anunciar na sexta-feira (11) uma reforma para sanear os ativos imobiliários de risco do setor. "Essa nova provisão se soma à de fevereiro, totalizando 5 bilhões de euros antes de impostos, que será integralmente absorvido pelos resultados de 2012", disse o banco ontem em um comunicado.
O governo espanhol anunciou um drástico plano de saneamento dos bancos que impõe provisões adicionais no valor de 30 bilhões de euros e a separação em seus balanços dos ativos imobiliários, tóxicos ou suscetíveis de chegar a essa condição no futuro pela desvalorização do mercado após o estouro da bolha, em 2008.
O programa foi elogiado pela Comunidade Europeia, mas criticado pela população, que saiu novamente às ruas, no fim de semana, para protestar. No sábado, dezenas de milhares de espanhóis fizeram manifestações em 80 cidades de todo o país, agitando bandeiras e gritando slogans contra os banqueiros e os políticos, a quem culpam pela pior crise da Espanha em décadas. Atualmente, o desemprego espanhol está em torno de 24%.
Fardo
As instituições bancárias espanholas carregam um fardo de 184 bilhões de euros (cerca de US$ 238 bilhões) de ativos "problemáticos" por seu valor incerto (créditos de reembolso duvidoso, imóveis confiscados em um mercado desvalorizado), que representam 60% de sua carteira.
Essa fragilidade do setor provoca preocupação nos mercados a respeito da saúde da economia espanhola, principalmente depois de, na semana passada, Madri ter resgatado o Bankia, o quarto maior banco do país, um dos mais expostos aos ativos problemáticos.
No Brasil, TRT condena Santander e proíbe terceirização de atividade-fim
O Santander foi condenado a pagar o valor de R$ 50 mil como reparação a danos morais coletivos praticados contra seus funcionários. O montante será revertido para entidades beneficentes que prestam serviços à comunidade local. A decisão é do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 24ª região (Mato Grosso do Sul), mas o banco ainda pode recorrer.
Além da indenização, a partir da sentença o banco fica proibido de: prorrogar a jornada de trabalho de seus empregados em mais de duas horas diárias; exigir de seus empregados o trabalho aos domingos; terceirizar os serviços relacionados à sua atividade-fim; além da obrigatoriedade de conceder aos seus empregados o intervalo intrajornada (15 minutos para os ocupantes de cargos de 6 horas diárias e 1 hora para os de 8 horas), sob pena de multa no valor de R$ 500 para cada vez, ou dia, que descumprir cada um dos itens relacionados.