O Santander afirmou nesta segunda-feira (17) que vai fechar 700 agências assim que incorporar sua subsidiária de menor porte Banesto, que opera na Espanha.
Em comunicado, o maior banco da Espanha informou que avaliou o Banesto em 3,73 euros por ação (US$ 4,89), 24,9% acima do preço de fechamento na sexta-feira.
A decisão de absorver o banco, em que o Santander possui 90% de participação, deve gerar economias de 520 milhões de euros até o terceiro ano após a fusão e marca o mais recente episódio de consolidação no setor bancário espanhol.
As negociações com ações do Santander e do Banesto foram suspensas após comunicado do banco espanhol. No mês passado, o Banesto informou que estava estudando a venda da rede de agências ao seu controlador.
A reestruturação também prevê a integração do Banif, levando o grupo espanhol a operar com uma marca única na Espanha. O Santander espera que a incorporação seja concluída em maio de 2013.
"Esta operação acontece em meio a uma profunda reestruturação do sistema financeiro espanhol, com uma forte redução no número de competidores e a criação de entidades de tamanho maior. Neste contexto, o Banco Santander decidiu operar com uma marca única na Espanha, integrando Banesto e Banif", informou o banco.
O negócio levará ao fechamento de 700 das 4.664 agências formadas atualmente pelos três bancos. "A cota de mercado das agências na Espanha passará de 10% em 2008 para 13% em 2015, já que a redução prevista [no grupo] é bem inferior à que está ocorrendo no mercado", segundo o Santander.
"A otimização da rede resultante da fusão supõe uma diminuição do número de empregados, que ocorrerá de maneira progressiva e sem medidas traumáticas mediante a recolocação em outras unidades do Grupo Santander, tanto na Espanha como no exterior, rotatividade natural e demissões incentivadas", revelou o banco.
Os acionistas minoritários do Banesto, que detêm 10,26% do capital, receberão ações em circulação do Santander com um prêmio de 24,9% sobre a cotação da última sexta-feira.
O sistema bancário espanhol, atingido duramente pela estouro do bolha do mercado imobiliário e pela prolongada recessão no país, tem sido forçado a controlar custos e a se desfazer de cerca de 185 bilhões de euros em ativos imobiliários tóxicos.
A Espanha tornou-se o foco da crise de dívida da zona do euro, em meio a preocupações de que seus bancos possam precisar de mais apoio financeiro em um momento em que o governo lida com um dos maiores déficits públicos da região.
Bancários cobram negociação
As centrais sindicais da Espanha estão cobrando uma negociação com o Santander para discutir o processo de reestruturação no banco. Uma delas, as Comissiones Obreras (Comfia-CCOO), distribuiu na manhã desta segunda uma carta aberta aos funcionários.
A Comfia-COOO propõe a negociação de um Protocolo da Fusão, visando contemplar os interesses dos trabalhadores.