Exaustão

Síndrome de burnout atinge profissionais de todas as áreas

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Síndrome de burnout atinge profissionais de todas as áreas

Cansaço extremo é apenas um dos sintomas do distúrbio

Carolina* sentiu durante meses dores de garganta e problemas estomacais que ocorriam com frequência antes de entrar em sala de aula. Professora, ela ministrava aulas para crianças e adolescentes do Ensino Fundamental e Médio.

 

“O primeiro sintoma foi adoecer antes das aulas, mas eu também senti muita insônia, ansiedade e tristeza na época. Uma sensação de não saber mais o conteúdo, de chegar ao ponto de esquecer coisas simples, principalmente quando me perguntavam”, relembra Carolina, 43 anos.

 

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Apaixonada pela profissão, Carolina nunca imaginou que a sala de aula se tornaria o grande problema, até por isso, evitou procurar ajuda. “O problema foi somar tudo e perceber que o cansaço e os outros sintomas estavam relacionados. Eu demorei para procurar ajuda. Hoje se fala mais dessas questões emocionais ligadas à profissão e antigamente não era assim”, acredita.

 

O diagnóstico, de certa forma, foi um alívio para Carolina, que viu no nome síndrome de burnout a chance de recomeçar. Caracterizada como um distúrbio de caráter depressivo, a síndrome de burnout está intimamente relacionado ao esgotamento físico e mental decorrente da vida profissional. “A síndrome é o esgotamento profissional, o trabalhador, no caso o paciente, vai se sentir esgotado do ponto de vista mental e físico, sem energia, sem bateria para continuar, sem carga”, explica a psiquiatra, Anny Rozolem.

 

Os principais sintomas são uma insatisfação pessoal com o trabalho e a sensação de não se sentir realizado profissionalmente. “O profissional pensa com frequência que o trabalho não é bom o suficiente, que ele não é reconhecido, não consegue produzir nada, se sente culpado em relação a essa não realização do trabalho. Como consequência, ele pode desenvolver um distanciamento dos colegas e um comportamento mais próximo do cinismo, do deboche e da insensibilidade”, explica Anny.

 

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Em tratamento há dois anos por conta da síndrome, Carolina acredita que a parte mais difícil foi aceitar que havia algo errado. “No trabalho, sempre temos o receio do olhar do outro, muitas inseguranças. O diagnóstico é, de certa forma, um alívio; saber que aquilo tem nome, que existe um apoio. As crises antes de tratar foram mais de um ano até chegar ao tratamento, sendo que elas não acontecem em tempo integral; normalmente vão e vem”, conta.

 

Anny explica que essa demora em procurar ajuda é comum. “As pessoas demoram para procurar ajuda. Normalmente elas vão se esforçando, tentando se adaptar muitas vezes e, quando ela procura um profissional, estão em quadros mais graves”.

 

DEPRESSÃO

 

De acordo com a psiquiatra, muitos estudiosos acreditam que a síndrome de burnout está relacionada à depressão. “No caso dos quadros de moderados a graves, o que muitos estudiosos acreditam é que a situação é semelhante a uma depressão, sendo que o gatilho foi o local de trabalho. Acredita-se que 90% das pessoas que tem a síndrome terão um transtorno depressivo ou ansioso”, indica.

 

Para a especialista, muitos casos são um encontro ruim entre profissional e o trabalho. “Por si só, o trabalho dificilmente vai adoecer uma pessoa. Claro que existem casos de assédio moral e outros problemas. Salvo essas situações, normalmente o trabalhador tem uma predisposição genética para desenvolver a doença depressiva”, frisa.

 

No entanto, isso não significa que o trabalhador é fraco ou imaturo. “Provavelmente ele só não se adequa [sic!] àquela rotina de trabalho”, explica Anny.

 

TRATAMENTO

 

Além do acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o paciente pode investir em pequenas mudanças. “O tratamento depende muito: nas formas leves, pode ser adequando as cargas horárias do trabalho, dos funcionários, mudando o turno, readaptando em uma outra função”, acredita.

 

Foi o que Carolina fez. Na coordenação de uma escola, ela segue com o amor pela profissão, mas optando por uma nova função, que diminui o estresse.

 

Para Anny, o problema é que nem todos tem essa opção. “Infelizmente, a gente vê algumas pessoas com pouca capacitação profissional; há pouca oferta de emprego e ela aceita manter o trabalho porque precisa do dinheiro. Muitas vezes, o paciente não tem afinidade, está em um quadro de obrigatoriedade. O ideal é que o profissional sempre busque a capacitação para poder escolher o emprego que mais combina com a sua personalidade”, acredita Anny.

 

PREVENÇÃO

 

1 – Faça o que realmente gosta;


2 – Se a rotina te afeta, então mude-a de vez em quando;


3 – Aproveite todos os momentos de folga para pensar em algo totalmente diferente;


4 – Crie metas de lazer;


5 – Organize suas tarefas com ordem de prioridade.

 

* Nome fictício para preservar a identidade da entrevistada.

 

 

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Escrito por: NAIANE MESQUITA
Fonte Correio do Estado - 05/11
Postado por Fabiano Couto em Notícias

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